O presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva se encontraram neste domingo (26 de outubro de 2025) em Kuala Lumpur, na Malásia, à margem da 47ª Cúpula da Association of Southeast Asian Nations (ASEAN), e anunciaram que suas equipes negociadoras darão início imediato a conversas para resolver disputas comerciais históricas entre os dois países.
Segundo Lula, “nossa equipe vai se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para tarifas e sanções contra autoridades brasileiras”. Trump complementou: “I think we should be able to make some pretty good deals for both countries.”
O encontro marca uma mudança de tom após meses de tensão comercial: em agosto, os EUA haviam elevado tarifas sobre produtos brasileiros de cerca de 10% para até 50%. A reunião serviu para mostrar que ambos os governos buscam retomar canais de diálogo e evitar que conflitos comerciais cresçam.
Fontes diplomáticas informam que entre os temas da agenda estão: redução ou suspensão das tarifas americanas sobre exportações brasileiras, retirada ou revisão de sanções aplicadas a autoridades brasileiras e definição de cronograma para negociações setoriais.
O Brasil enxerga no momento uma “janela de oportunidade” para reposicionar-se como parceiro estratégico dos EUA, especialmente em cadeias de valor como agronegócio, energia, tecnologia e mercados de exportação. Já os EUA avaliam que um entendimento com o Brasil pode trazer vantagens geopolíticas, dado o cenário de disputas com outras potências e a necessidade de diversificar alianças.
Apesar da afirmação de que os acordos já estão em vista, analistas alertam que os detalhes operacionais ainda dependem de trâmites complexos: as negociações envolverão diversas frentes, como comércio exterior, tributação, regulação de investimentos e temas diplomáticos sensíveis. A expectativa é que uma declaração formal de compromisso seja divulgada nos próximos dias, após a primeira rodada das equipes.
O encontro também envia um recado político: os dois presidentes, que em anos recentes mantinham posições antagônicas, optaram por priorizar pragmatismo e interesses econômicos. A foto conjunta e as declarações públicas reforçam que a renovação das relações entre Brasil e Estados Unidos é tratada como uma prioridade diplomática por ambas as partes.
