A Polícia Federal realizou na manhã deste sábado (22 de novembro de 2025) a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. A operação ocorre por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que apontou alto risco de fuga e possibilidade de tumultos por causa de vigília convocada em apoio a Bolsonaro nas proximidades de sua residência em Brasília.
A ordem de prisão foi baseada em relatório da Diretoria de Inteligência do Distrito Federal, que alertou sobre risco real de violação da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro e formação de acampamentos similares aos registrados em 2022. Em paralelo, o senador Flávio Bolsonaro convocou uma vigília religiosa e de apoio ao ex-presidente, o que, segundo a decisão judicial, agravou o cenário.
A defesa de Bolsonaro emitiu nota classificando a prisão como “fundada em vigília de oração” e apontou que ele já estava sob monitoramento, com tornozeleira eletrônica e em regime de prisão domiciliar desde agosto. Os advogados argumentaram que o direito à manifestação religiosa foi violado.
Fontes da PF afirmam que a decisão levou em conta não apenas a convocação da vigília, mas também indícios de que Bolsonaro poderia estar buscando forma de deixar o Brasil, possivelmente via embaixada estrangeira. O ministro Moraes menciona risco concreto de fuga e interferência na execução da pena imposta ao ex-presidente.
Politicamente, a prisão gera impacto direto no processo eleitoral de 2026 e na estrutura de apoio de Bolsonaro. O cumprimento da prisão preventiva abre caminho para que o regime execute a condenação de 27 anos e três meses, enquanto o ex-presidente ainda apela da sentença. A movimentação provoca reação imediata de aliados, que falam em “perseguição” e acusam o Judiciário de interferência política.
Especialistas em direito penal indicam que a medida, embora preventiva, é constitucionalmente permitida quando há risco à ordem pública ou tentativa de fuga. O caso de Bolsonaro, por sua condição de ex-chefe de Estado e agente com histórico de mobilização de apoiadores, coloca sob lente o uso desse instrumento em contextos de alta visibilidade.
O local da prisão foi na residência de Bolsonaro, no condomínio em Brasília, seguido de trajeto à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal. Visitas serão restritas e o processo passa por audiência de custódia e eventual análise da Turma do STF para confirmação da medida.
Em resumo, a prisão de Bolsonaro pela Polícia Federal marca uma nova fase na execução das decisões judiciais do Supremo, evidencia o poder do Judiciário sobre mandatos parlamentares e mostra o grau de complexidade político-legal de casos que envolvem figuras de relevância nacional.