A mulher conhecida como “Japinha do CV”, também chamada de Penélope, não consta na primeira relação oficial de 99 mortos divulgada pelas autoridades após a megaoperação deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro.
Segundo a reportagem da Metrópoles, a traficante foi atingida por um disparo de fuzil que esfacelou seu rosto depois de reagir à abordagem e atirar contra agentes da polícia. Na hora do confronto, ela vestia camuflado, colete tático e portava armamento pesado, o que reforça sua atuação de linha de frente dentro da facção.
Fontes da Polícia Civil informaram que, entre os 117 suspeitos mortos na operação, 78 tinham histórico criminal e 42 eram foragidos. A corporação acredita que os complexos serviam como “quartéis-generais” do Comando Vermelho, responsáveis por treinar e enviar integrantes para diversos estados.
A ausência de Japinha do CV na lista inicial pode estar ligada a questões de identificação ou protocolos internos da investigação, embora seu óbito tenha sido amplamente documentado nas redes sociais e na imprensa. O site CNN Brasil afirma que ela era figura conhecida da facção, com perfil online que mostrava frequência de confrontos e ostentação de armas.
Autoridades avisaram que a divulgação de listas preliminares tinha caráter emergencial e estavam sujeitas a revisões. Contudo, a presença de um nome de peso como o de Japinha alimentou questionamentos sobre a transparência das informações e os critérios usados na seleção dos 99 mortos divulgados primeiro.
A megaoperação mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar para cumprir mais de 100 mandados de prisão e busca. O objetivo foi desmantelar a base logística da facção nos referidos complexos. Testemunhas relataram cena de terror, com helicópteros, blindados e intenso tiroteio, deixando moradores e agentes em estado crítico.
Em meio à repercussão, algumas redes sociais compartilharam imagens da traficante exibindo armas e fuzis, com apelido de “musa do crime”. O perfil atribuído a ela, segundo especialistas em segurança, sinaliza a feminização de lideranças em facções, o que traz novos desafios para a inteligência policial.
Essa discrepância entre o número divulgado e a ausência de nomes como o de Japinha reforça o debate sobre a operação, a comunicação oficial e os desdobramentos jurídicos. O processo de verificação dos corpos e identificação dos mortos ainda está em andamento, e há expectativa de atualização da lista pelas autoridades nos próximos dias.