O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou nesta quinta-feira, 20 de novembro de 2025, a indicação de Jorge Messias para ocupar a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal deixada por Luís Roberto Barroso. Messias, atual advogado-geral da União, assume a condição de indicado e agora aguarda sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e votação no plenário do Senado.
Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e estabelecido na Advocacia-Geral da União desde 2023, Jorge Messias possui trajetória destacada no serviço público federal. Ele substituirá Barroso, que se aposentou antecipadamente, e ocupa vaga que pode render ao indicado até cerca de 30 anos de mandato, considerando sua idade atual de 45 anos.
A nomeação ocorre em meio a disputas políticas intensas. O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por exemplo, era cotado para a cadeira e sua ausência causou movimentações dentro da base governista e do bloco parlamentar. Messias também recebeu forte apoio da bancada evangélica, sendo membro de igreja batista e considerado elemento de articulação para esse segmento eleitoral.
Além das credenciais acadêmicas e da carreira jurídica, o documento oficial da indicação assinado por Messias reforça o comprometimento com a Constituição, o Estado Democrático de Direito e a integridade institucional.
Apesar de já confirmado pelo presidente, o nome de Messias ainda enfrentará o rito formal: sabatina pública da CCJ do Senado e depois votação secreta no plenário, onde são necessários ao menos 41 dos 81 votos para aprovação.
Analistas apontam que a indicação de um nome tecnicamente preparado e ligado ao governo ajuda a Lula a manter influência em uma das instâncias mais importantes do Judiciário, mas ao mesmo tempo evidencia desafios de articulação política diante de um Senado mais fragmentado. A expectativa é de que a sabatina seja longa e com questionamentos sobre independência, atuação passada na AGU e visão jurídica de Messias.
Em suma, a nomeação de Jorge Messias para o STF representa uma etapa relevante no projeto institucional do governo e também econômico e político do país. A aprovação ou rejeição no Senado vai desenhar parte das margens de manobra entre Executivo e Judiciário nos próximos anos.