ISRAEL TRANSFERE PRESOS PALESTINOS PARA TROCA POR REFÉNS

Por f7

Israel iniciou neste sábado (11) a transferência de presos palestinos para duas prisões sob seu controle, como parte da preparação para a troca de prisioneiros acordada com o Hamas. A medida faz parte do cumprimento dos termos da trégua temporária que busca amenizar a crise humanitária e abrir caminho para o cessar-fogo total na Faixa de Gaza.

Segundo informações divulgadas pela mídia israelense e confirmadas por fontes oficiais, parte dos detentos foi transferida para a prisão de Ketziot, localizada no deserto do Neguev, no sul do país, enquanto outro grupo foi levado para o presídio de Ofer, próximo à cidade de Ramallah, na Cisjordânia. A estratégia é concentrar os prisioneiros que deverão ser libertados em locais específicos, facilitando a logística e a fiscalização de todo o processo.

De acordo com as autoridades, a lista inclui cerca de 2.000 presos palestinos, sendo 250 com penas de prisão perpétua e 1.700 detidos após o início do conflito, em outubro de 2023. A libertação ocorrerá em etapas e será acompanhada por observadores internacionais para garantir que os compromissos assumidos por ambas as partes sejam cumpridos.

Fontes diplomáticas informaram que o Egito, o Catar e os Estados Unidos tiveram papel essencial nas negociações que permitiram o avanço da trégua e a definição das condições da troca. A expectativa é que, nas próximas horas, o Hamas também inicie a liberação gradual dos reféns israelenses mantidos em Gaza.

A situação ainda é delicada e repleta de tensões internas. Em Israel, há forte resistência de parte da população e de grupos políticos contra a libertação de prisioneiros condenados por ataques violentos. Mesmo assim, o governo optou por seguir com o acordo, avaliando que a devolução dos reféns é prioridade nacional.

Entre os nomes citados nas listas divulgadas pela imprensa, estão presos considerados de médio e baixo risco, mas figuras de grande influência política, como o líder palestino Marwan Barghouti, seguem fora da negociação. O caso dele, inclusive, é apontado como um dos temas mais sensíveis nas discussões internas do gabinete israelense.

Do lado palestino, o anúncio foi recebido com alívio e esperança. Diversas famílias esperam há anos pela libertação de seus parentes. Em Ramallah, grupos de familiares e ativistas realizaram vigílias em frente a escritórios da Cruz Vermelha, com bandeiras e faixas pedindo o cumprimento integral do acordo.

O cessar-fogo atual é visto por analistas como o primeiro passo concreto para um possível acordo político mais amplo. Caso seja mantido, deve abrir espaço para a entrada de ajuda humanitária, reconstrução de hospitais e retomada de negociações diplomáticas interrompidas desde 2021.

Apesar disso, especialistas alertam que a confiança entre Israel e Hamas ainda é mínima. Ambos os lados se acusam de violações anteriores, e qualquer incidente pode colocar em risco a frágil trégua em vigor.

O processo de troca também deve servir como termômetro político: para Israel, será um teste de estabilidade interna; para o Hamas, uma forma de reafirmar sua influência entre os palestinos após meses de guerra e destruição.

Com a movimentação dos presos, cresce a expectativa por novos anúncios de liberação e possíveis gestos de cooperação internacional nas próximas semanas. Enquanto isso, as famílias dos reféns israelenses e dos presos palestinos aguardam com apreensão e esperança os próximos passos de uma negociação histórica que, pela primeira vez em meses, parece apontar para um breve momento de paz.

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