HYTALO SANTOS FALA PELA PRIMEIRA VEZ APÓS PRISÃO

Influenciador dá sua versão sobre as denúncias de exploração infantil e nega o teor sexual apontado nas investigações.

Por f7
Fotos : reprodução/ redes sociais

A prisão do influenciador Hytalo Santos, ocorrida em 15 de agosto de 2025, continua gerando repercussão nacional. Acusado de envolvimento com exploração infantil, produção de conteúdo considerado sexualizado com menores e favorecimento de prostituição, Hytalo foi detido junto ao marido Israel Natã Vicente, após decisão judicial da Paraíba. Depois de semanas em silêncio, o influenciador teve sua primeira manifestação pública por meio de depoimentos exibidos em reportagem televisiva. Na ocasião, ele negou que os conteúdos publicados por seu grupo possuíssem caráter pornográfico e afirmou que a exposição de adolescentes em seus vídeos teria relação direta com a cultura periférica, e não com exploração.

De acordo com as investigações conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba, o casal teria convivência frequente com jovens, entre eles menores de idade. Conteúdos publicados nas redes sociais apontariam comportamentos considerados impróprios, incluindo dança, simulações e apresentações interpretadas por autoridades como sexualizadas. Por esses fatores, ambos foram transformados em réus na Justiça paraibana e tornaram-se alvo de um dos casos mais comentados do país ao longo de 2025. As acusações incluem exploração sexual, pornografia infantil, tráfico de pessoas e facilitação para ações criminosas envolvendo menores.

Ao se pronunciar, Hytalo afirmou que jamais produziu material com intenção sexual e disse que o que aparece nos vídeos refletiria apenas sua rotina com jovens em comunidade. Segundo ele, houve consentimento dos responsáveis pelos adolescentes e sua intenção era valorizar a arte e a realidade cultural periférica. Ainda assim, o influenciador reconheceu ter convivido com menores e ter gravado vídeos com eles, embora reafirmando que os conteúdos não teriam caráter erótico nem ofensivo. O Ministério Público, porém, sustenta que a sexualização seria evidente, assim como a indução de postura adulta em adolescentes, fator que ficou conhecido no debate nacional como adultização infantil.

Outro ponto determinante para a repercussão do caso foi a influência das redes sociais. A investigação ganhou força depois da publicação do vídeo “Adultização”, do criador Felca, que trouxe à tona discussões sobre limites éticos de exposição de menores na internet. Após o conteúdo viralizar, denúncias foram oficialmente protocoladas e o histórico de publicações envolvendo jovens passou a ser analisado pelas autoridades. Desde então, o assunto dominou debates, programas de televisão e manifestações públicas de especialistas sobre o impacto da exposição precoce de crianças nas plataformas digitais.

Atualmente, Hytalo e Israel permanecem presos preventivamente enquanto o processo segue em andamento. A defesa afirma que o material divulgado teria sido interpretado de forma equivocada e que o objetivo principal sempre foi retratar elementos culturais das periferias brasileiras, principalmente nas expressões do brega funk. Enquanto isso, as autoridades mantêm a posição de que os atos investigados ultrapassaram limites legais e colocaram jovens em situações de risco. O caso representa um marco na discussão sobre responsabilidade digital, fronteiras entre cultura e exposição e os cuidados necessários com a imagem e a integridade de crianças e adolescentes em ambiente virtual.

Compartilhe este artigo
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Digite aqui...

O Portal F7 utiliza cookies de navegação. Saiba mais.