Uma nova fase da investigação da megaoperação policial nos complexos do Complexo do Alemão e da Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, traz uma revelação que corrige informações amplamente divulgadas. O corpo encontrado com roupa camuflada e colete tático, mostrando ferimento por tiro de fuzil no rosto, não pertence à jovem conhecida como Penélope ou “Japinha do CV”.
Segundo áudios obtidos pela coluna Da Mira, policiais que atuaram na operação afirmaram que o cadáver era de um homem, e não da mulher que vinha sendo apontada como figura de destaque na linha de frente da organização criminosa Comando Vermelho. Até o momento, a lista oficial divulgada pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) com os nomes dos 115 mortos identificados não inclui o nome ou qualquer mulher, o que reforça que a mulher investigada não consta entre os mortos confirmados.
A jovem era apontada por investigações preliminares como integrante tática da facção, supostamente atuando em proteção de pontos de venda de drogas e rotas de fuga. Em fotos que circulavam nas redes sociais, ela aparecia vestindo colete tático, empunhando fuzil e trajando roupa de camuflagem. Essas imagens geraram repercussão e contribuíram para a identificação errada do corpo.
A operação, considerada uma das mais letais da história do Rio de Janeiro, envolveu cerca de 2.500 agentes e visou cumprir cerca de 100 mandados de prisão no âmbito da ofensiva contra o Comando Vermelho. Segundo o balanço oficial, entre os mortos identificados estão apenas homens — fato que abre novas hipóteses sobre o engano na identificação do corpo e sobre a real situação da jovem conhecida como “Japinha do CV”.
O caso levanta questionamentos sobre a verificação de imagens em operações de grande escala, a circulação de perfis falsos e a manipulação de fatos nas redes sociais. A família da jovem chegou a pedir que parem de divulgar imagens do suposto corpo atribuída a ela. Até o momento não foi divulgado oficialmente o nome do homem cujo corpo idealizado era o que vestia colete e uniforme camuflado, tampouco houve confirmação pública da morte ou captura da jovem.
Enquanto as investigações prosseguem, a divulgação destas informações destaca a necessidade de cautela diante de imagens e narrativas que circulam rapidamente, especialmente em contextos de conflito policial e criminalidade. A situação segue sob acompanhamento da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.