A prisão do influenciador Hytalo Santos segue sem data de soltura definida. Nesta segunda-feira o juiz da 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba, solicitou uma prorrogação de mais dez dias para avaliar os elementos do processo que envolve investigação de exploração de menores em conteúdos virtuais. O pedido de extensão do prazo impede que o pedido de liberdade provisória seja analisado nesta terça-feira, como se aguardava. Conforme despacho judicial, há necessidade de diligências complementares, coleta de depoimentos e verificação de dados técnicos para a decisão definitiva.
Hytalo Santos foi preso em cumprimento de mandado expedido pela Justiça da Paraíba após investigação conduzida pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) acerca de denúncias que envolvem produção de conteúdo com crianças e adolescentes. A defesa havia pleiteado relaxamento da prisão ou concessão de liminar de soltura, mas o pedido foi negado e a prisão provisória foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no mês de agosto de 2025.
Segundo o despacho disponibilizado pelo tribunal, o julgamento foi adiado porque o magistrado entendeu que os elementos já juntados aos autos não eram suficientes para decidir sobre a liberdade do acusado. Entre as diligências requisitadas estão a perícia técnica em dispositivos eletrônicos, a localização de testemunhas em outros estados e a checagem de registros de fluxo de valores. A prorrogação por mais dez dias reforça que o caso é considerado de alta complexidade, com repercussões que vão além da esfera criminal individual.
A permanência da custódia gera impacto direto nas agendas profissionais e na vida pessoal do influenciador. Hytalo, que ganhou destaque nas redes sociais pelo uso de plataformas digitais junto ao marido Israel Nata Vicente, enfrenta agora consequências que incluem a impossibilidade de se dedicar a atividades públicas de forma plena, risco de cancelamento de contratos e danos a sua imagem. Caso seja condenado, haverá também implicações para parceiros comerciais e anunciantes que se associaram à sua marca.
Especialistas em direito penal apontam que a medida de adiar a soltura é comum em investigações que envolvem menores ou redes de conteúdo que atravessam diferentes estados. A necessidade de investigar comportamentos de absoluta gravidade, como produção de material que envolva crianças em situação vulnerável, exige cautela da Justiça para evitar nulidades processuais. A prorrogação de dez dias, conforme a fonte consultada, tem por finalidade garantir o cumprimento dos direitos à ampla defesa e ao contraditório, sem que isso afete a urgência de preservar tutela judicial apropriada.
Em nota, a defesa de Hytalo Santos afirmou que respeita o andamento do processo e reforçou que trabalha para demonstrar a legalidade das atividades do cliente nas redes sociais. No entanto, disse também que a decisão de adiar a soltura acarreta “uma prisão que se prolonga sem que haja decisão final”, o que, segundo o advogado, pode configurar constrangimento ilegal se não houver decisões efetivas. Até o momento o juiz não fixou nova data para analisar a solicitação de liberdade provisória, o que mantém a situação de incerteza para o influenciador e para o público que acompanha o caso.
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O prolongamento da detenção de Hytalo Santos coloca o foco também sobre a responsabilidade das plataformas digitais, dos anunciantes e da fiscalização pública em relação a conteúdos envolvendo menores de idade. A continuidade da custódia busca garantir que o processo caminhe com segurança, evitando que eventual soltura antecipada comprometa as investigações ou cause risco à ordem pública ou à integridade das vítimas.
