Há exatos 31 dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou as tarifas de importação sobre produtos brasileiros de 10% para 50%. A decisão abrupta provocou repercussões imediatas no comércio internacional, impactando exportadores e exigindo respostas rápidas do Brasil.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) registraram uma queda de 18,5% nas exportações brasileiras para os Estados Unidos em agosto de 2025, comparado ao mesmo mês do ano anterior . Os efeitos já são sentidos em setores como agropecuária, mineração e indústria, que viram contratos adiados ou cancelados.
De olho no impacto econômico, o governo brasileiro lançou um pacote de apoio para exportadores, com crédito de 30 bilhões de reais via Fundo de Garantia à Exportação e mais 4,5 bilhões em incentivos fiscais e compras governamentais de produtos afetados . Produtos como açaí, água de coco e mel serão adquiridos para programas públicos, como merenda escolar .
Em paralelo, o país contestou as medidas junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) e anunciou tarifas recíprocas com base em nova legislação comercial . A crise diplomática também se estendeu a sanções políticas — incluindo contra autoridades brasileiras — aprofundando a tensão bilateral .
Análises apontam que, apesar da queda nas vendas para os EUA, o Brasil tem se beneficiado do aumento de exportações para a China — que cresceram quase 30% no mesmo período . A mudança reforça a estratégia de diversificação comercial, minimizando os danos da política protecionista americana.
Especialistas observam também efeitos internos. Segundo uma sondagem da Reuters, o crescimento do PIB brasileiro pode desacelerar para 0,3% no segundo trimestre de 2025, prejudicado pelo recuo na produção industrial e no setor agropecuário . A economia brasileira agora depende de estímulos governamentais e recuperação externa para evitar uma recessão no segundo semestre.
No panorama global, o “tarifaço” de Trump alavancou a popularidade do presidente Lula, que adotou postura diplomática firme, mas negociada, fortalecendo sua imagem nacional. Países como China, Rússia e membros do BRICS manifestaram apoio ao Brasil .
Um mês após a imposição das tarifas de 50% por Trump, o Brasil já enfrenta queda nas exportações, retaliações, medidas emergenciais do governo e um reposicionamento diplomático estratégico. A diversificação dos mercados, apoio a setores afetados e ação multilateral moldarão os próximos passos.